As serras, como os homens, não de medem aos palmos. A Serra da Aboboreira não é grande, com os seus 100 km2, mas são muitos os motivos que justificam uma visita. Granítica e muito antiga, estende-se por territórios de três concelhos - Amarante, Baião e Marco de Canaveses - e chega até aos 1000 metros
acima do nível do mar.
A Serra da Aboboreira encanta-nos, antes de tudo, pelos seus predicados naturais. A vegetação rasteira das zonas mais altas, o tojo, a urze, a giesta. As manchas de carvalhos, sobreiros, castanheiros e pinheiros-bravos. O belíssimo azevinho. Os rios,
ribeiros e riachos que nela nascem ou a atravessam. As aves de rapina, os répteis, os felinos, as inúmeras espécies de animais que ali encontram condições ideais de vida.
Uma das atracções principais da serra é a sua notável necrópole megalítica, uma das maiores do país. Os monumentos encontram-se quase todos em zonas planálticas, com acessos que nem sempre são óbvios para visitantes desprevenidos. Bem mais acessíveis são as aldeias serranas perdidas nas encostas e em pequenos vales, onde, apesar da desertificação crescente dos lugares, ainda se pastoreia e se pratica agricultura e pecuária de subsistência. Tudo isto, e o mais que a curiosidade de cada um for capaz de descobrir, estão à sua espera na bela Aboboreira.
Para ver
PASSEIO AUTOMÓVEL PELAS ALDEIAS SERRANAS
Uma forma fácil de conhecer algumas das mais típicas aldeias
da Aboboreira é recorrer às excelentes estradas asfaltadas que bordejam a serra. Saindo de Amarante em direcção à Régua, pela EN 101, há saídas sinalizadas para estradas razoáveis que servem algumas aldeias serranas: Jazente, Carvalho de Rei, Travanca do Monte ou Telões. Um outro percurso simples e acessível é o que liga Baião à EN 101, pela EN 321, dando acesso a povoações como Campelo, Ovil, Boscras ou Loivos do Monte.
À DESCOBERTA DAS ANTAS
Na Serra da Aboboreira foram já sinalizados cerca de quatro dezenas de monumentos megalíticos (antas e mamoas) que integram um dos maiores conjuntos deste género em território português. É um dos motivos de maior interesse da serra e pretexto para visitas de estudiosos ou simples curiosos. Para quem não se entusiasma com "montes de pedras", mesmo carregados de história e significado, é sempre um prazer extraordinário penetrar no âmago de uma serra como a Aboboreira. Os acessos para as necrópoles fazem-se por estradões de montanha e, por vezes, não são fáceis. Convém preparar a visita, pedindo informações a quem sabe.
1) Anta de Chã de Parada ou da Aboboreira Datada do III milénio a.C., é a mais famosa, mais bem conservada e maior de todas as
antas estudadas na Aboboreira.
2) Conjunto megalítico de Outeiro de Gregos Constituído por cinco mamoas de características diferentes e, pensa-se, erguidas em épocas distintas
3) Conjunto megalítico de Meninas do Crasto Constituído por seis mamoas
4) Conjunto megalítico de Outeiro de Ante Constituído por quatro mamoas. Foi aqui que, há cerca de 30 anos, se iniciaram as escavações e estudo das necrópoles Estes conjuntos localizam-se em Ovil, Baião. Aconselha-se o recurso a informação detalhada, por exemplo, junto do Núcleo de Arqueologia do Museu Municipal de Baião, que preparavisitas às necrópoles megalíticas. Há muitas associações a organizar passeios pela Aboboreira, nem sempre em datas coincidentes com a disponibilidade dos visitantes.
Núcleo de Arqueologiado Museu de Baião
Rua Eça de Queiroz; Baião
Telef: 255540550
Fax: 255540510
CAMPO ABERTO (Passeios à Serra)
Rua de Santa Catarina, 730-2º Dtº,
Porto
Fax: 22 975 95 92
Email: contacto@campoaberto.pt
PELAS MARGENS DO RIO OVELHA
Uma das pérolas líquidas da Serra da Aboboreira, o rio Ovelha nasce na freguesia da Aboadela e percorre umas poucas dezenas de quilómetros até engrossar o Rio Tâmega. É um rio impoluto, cheio de recantos pitorescos, ora manso ora tumultuoso, prenhe de vida. Salgueiros e amieiros saúdam-no das margens, lontras, toupeiras, ratos-de- água, rãs, lagartos e cobras-de- água alimentam-se de tudo o que as suas águas mantém vivo e saudável. Na freguesia marcoense de Várzea de Ovelha e Aliviada - terra da famosa cantora luso-brasileira Carmen Miranda e uma das povoações abençoadas pelas águas do Ovelha - há uma associação, a dos Amigos do Rio Ovelha, que organiza passeios pelo rio. Escolha um dia de sol, não se esqueça da máquina fotográfica e deixe-se levar pelos encantos de um rio vivo, limpo e belo.
Associação dos Amigos do Rio Ovelha
Lugar do Passal
Várzea de Ovelha e Aliviada
Telef: 916472151 / 918397991 / 931109418
E-mail: geral@rioovelha.com
Para comer
Pensão Borges
Aos dias de feira em Baião, aos domingos e feriados, a casa serve um famoso anho assado em forno de lenha "sobre arroz de alguidar". E há um salpicão de língua de porco, entre outros enchidos mais canónicos. Vitela arouquesa e um estufado de
miúdos de cordeiro. Pudim e "bolo da prima".
Rua de Camões ,Baião
Telef: 255541322
O Almocreve
Bacalhau à moda da casa ou azeitado com batatas a murro, anho assado no forno, vitela arouquesa e cabrito à serrana.
Portela do Gove, Baião
Telef: 255551226
O Plátano
Arroz de repolho ou de grelos com chouriço. Bacalhau na brasa com batatas a murro. Anho assado aos domingos. Posta de vitela.
Largo Eça de Queirós, Fornos
Marco de Canaveses
Telef: 255534349
Casa da Calçada
Restaurante cultor da chamada cozinha criativa, com propostas peculiares. Folhado de bacalhau fresco com gravilha de pimentos em vinagreta, ou pudim de castanhas com quenelle desorvete de Moët et Chandon.
Largo do Paço, 6, Amarante
Telef: 255410830
Casa Silva
Pode começar pelas pataniscas de bacalhau e as petingas.
Depois, um bacalhau assado e lascado, antes do cabrito em forno de lenha. Remate com um prometedor bolo de chila com amêndoa.
Larim, Gondar
Amarante
Telef: 255441484
Lusitânia
Restaurante forte nos assados de vitela e cabrito. A localização, junto à bonita ponte de São Gonçalo, ajuda ao negócio.
Rua 31 de Janeiro, Amarante
Telef: 255426720
Quinta da Lama
Restaurante num antigo lagar de azeite. A tábua de enchidos e queijos merece destaque. Bacalhau com migas de broa de milho, posta à lagar ou bife com castanhas.
Real, Vila Meã, Amarante
Telef: 255733548
Café-Bar São Gonçalo
No centro da cidade, com vista para o miolo urbano e o rio Tâmega. As propostas variam, desde o arroz de polvo com filetes do mesmo até um arroz de codorniz com pimentos vermelhos. No fim, há doçaria da terra.
Praça da República, 8, Amarante
Telef: 255432707
Para ficar
Casa da Calçada - Relais & Châteaux
Hotel de charme requintado, no centro histórico de Amarante, junto ao convento e à ponte de São Gonçalo. Quartos e suites de luxo e um restaurante onde se cultiva a cozinha criativa.
Largo do Paço, 6
Amarante
Telef: 255410830
E-mail: reservas@ casadacalcada.com
www.casadacalcada.com
Casa da Levada
Construção acastelada, de pedra, do século XVI, localizada na aldeia de Travanca do Monte, em plena Serra da Aboboreira. As vistas estendem-se do Marão ao Gerês. Um dos lugares frequentados, no seu tempo, pelo poeta amarantino Teixeira de Pascoaes.
Travanca do Monte, Bustelo
Amarante
Telef: 255433833 ou 934244644 e 936472946
E-mail: contacto@casalevada.com
www.casalevada.com
Casa da Quintã
Integra uma quinta localizada na encosta poente da Serra da Aboboreira, perto de uma das grandes atracções da região, o impoluto rio Ovelha. Três apartamentos com um quarto e uma vivenda anexa com dois quartos. A Quinta tem praia fluvial e há uma outra, a de Padronelo, a 5 quilómetros de distância.
Marco de Canaveses
Telef: 968604929
E-mail: contacto@casadeferias. com
www.casadeferias.com